Muito tem-se falado, escrito e pensado sobre os adjetivos que, na atualidade, a maioria das cidades merecem.
Desde violenta, massacrante, incessível, suja, desumana, alienante entre tantos outros.
Mas, o que se esquece, na maioria das vezes, é que na verdade a cidade devolve a seus moradores apenas o acumulo de suas próprias ações.
O homem, dessa tal pós-modernidade, com suas acepções sociais e aquisições tecnológicas é, cada vez mais, fomentado a desenvolver em seu caráter uma individualidade absoluta.
Esta surge, na atualidade, como um valor conquistado ou a conquistar a qualquer custo (vida).
Este aspecto da personalidade contemporânea se traduz, na maioria das vezes, em uma interpretação equivocada, onde a individualidade confunde-se com o individualismo.
Nesse caso, ao contrário de promover no indivíduo o auto-reconhecimento, o desenvolvimento de valores positivos, tais como solidariedade, respeito, humanidade e, principalmente, limites promove um caráter solitário, egoísta e indiferente.
Preso a estereótipos temporais, como “workaholic”, estresse, direitos (sem os deveres), consumo desnecessário e desperdício.
Esta atitude extrapola os limites individuais e transborda por toda parte, principalmente, em relação à comunidade e à própria cidade.
Em vista disto, a cidade é o reflexo de seus habitantes e, o resultado das individualidades e dos individualismos.
Toda a violência, o massacre, a inacessibilidade, a sujeira e a desumanidade é um reflexo.
Ela é a criatura e não o criador, assim, diante disto, deve ser absolvida de suas culpas.
Nesse momento, basta fechar os olhos para vê-la, como criança, ainda repleta que está, na memória, dos aromas de dama da noite e de terra úmida, das pessoas sentadas à porta a ver o tempo e umas as outras, das histórias contadas e brincadeiras brincadas e, dos sorrisos e sons da criançada, que mais parecia como uma nuvem de passarinhada.
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