Sinto uma necessidade de observar.
De capturar pela retina as nuanças do concreto.
Isto me aflige e me encanta.
Sou movido por um desejo de conhecer do mundo.
Conhece-lo pelo detalhe, pelo entalhe, pela dobra, pela cor, por uma fresta ou pelo olhar maroto de um anjo barroco.
Tudo me seduz e me prende indefinidamente ao espaço urbano.
Vagabundo?
Nunca.
Perambulo pelas vias como um mascate de sonhos, meus sonhos.
Se não vivesse assim enlouqueceria.
Olho as colchas dependuradas.
Vejo quadros emoldurados por janelas.
As janelas emolduradas por paredes e essas emolduradas pelo tempo.
É assim, que vejo.
Tudo me chama atenção mas, são os detalhes que como o canto de sereia me seduzem.
E seduzido, me entrego e diante de um objeto, de uma rua, de um canto de esquina paro e observo.
Observo, penso e vivo.
domingo, 9 de dezembro de 2007
Urbano e desumano
Muito tem-se falado, escrito e pensado sobre os adjetivos que, na atualidade, a maioria das cidades merecem.
Desde violenta, massacrante, incessível, suja, desumana, alienante entre tantos outros.
Mas, o que se esquece, na maioria das vezes, é que na verdade a cidade devolve a seus moradores apenas o acumulo de suas próprias ações.
O homem, dessa tal pós-modernidade, com suas acepções sociais e aquisições tecnológicas é, cada vez mais, fomentado a desenvolver em seu caráter uma individualidade absoluta.
Esta surge, na atualidade, como um valor conquistado ou a conquistar a qualquer custo (vida).
Este aspecto da personalidade contemporânea se traduz, na maioria das vezes, em uma interpretação equivocada, onde a individualidade confunde-se com o individualismo.
Nesse caso, ao contrário de promover no indivíduo o auto-reconhecimento, o desenvolvimento de valores positivos, tais como solidariedade, respeito, humanidade e, principalmente, limites promove um caráter solitário, egoísta e indiferente.
Preso a estereótipos temporais, como “workaholic”, estresse, direitos (sem os deveres), consumo desnecessário e desperdício.
Esta atitude extrapola os limites individuais e transborda por toda parte, principalmente, em relação à comunidade e à própria cidade.
Em vista disto, a cidade é o reflexo de seus habitantes e, o resultado das individualidades e dos individualismos.
Toda a violência, o massacre, a inacessibilidade, a sujeira e a desumanidade é um reflexo.
Ela é a criatura e não o criador, assim, diante disto, deve ser absolvida de suas culpas.
Nesse momento, basta fechar os olhos para vê-la, como criança, ainda repleta que está, na memória, dos aromas de dama da noite e de terra úmida, das pessoas sentadas à porta a ver o tempo e umas as outras, das histórias contadas e brincadeiras brincadas e, dos sorrisos e sons da criançada, que mais parecia como uma nuvem de passarinhada.
Desde violenta, massacrante, incessível, suja, desumana, alienante entre tantos outros.
Mas, o que se esquece, na maioria das vezes, é que na verdade a cidade devolve a seus moradores apenas o acumulo de suas próprias ações.
O homem, dessa tal pós-modernidade, com suas acepções sociais e aquisições tecnológicas é, cada vez mais, fomentado a desenvolver em seu caráter uma individualidade absoluta.
Esta surge, na atualidade, como um valor conquistado ou a conquistar a qualquer custo (vida).
Este aspecto da personalidade contemporânea se traduz, na maioria das vezes, em uma interpretação equivocada, onde a individualidade confunde-se com o individualismo.
Nesse caso, ao contrário de promover no indivíduo o auto-reconhecimento, o desenvolvimento de valores positivos, tais como solidariedade, respeito, humanidade e, principalmente, limites promove um caráter solitário, egoísta e indiferente.
Preso a estereótipos temporais, como “workaholic”, estresse, direitos (sem os deveres), consumo desnecessário e desperdício.
Esta atitude extrapola os limites individuais e transborda por toda parte, principalmente, em relação à comunidade e à própria cidade.
Em vista disto, a cidade é o reflexo de seus habitantes e, o resultado das individualidades e dos individualismos.
Toda a violência, o massacre, a inacessibilidade, a sujeira e a desumanidade é um reflexo.
Ela é a criatura e não o criador, assim, diante disto, deve ser absolvida de suas culpas.
Nesse momento, basta fechar os olhos para vê-la, como criança, ainda repleta que está, na memória, dos aromas de dama da noite e de terra úmida, das pessoas sentadas à porta a ver o tempo e umas as outras, das histórias contadas e brincadeiras brincadas e, dos sorrisos e sons da criançada, que mais parecia como uma nuvem de passarinhada.
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