terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sexta feira, 13 de junho. Dia de Sant...


Sexta feira, 13 de junho. Dia de Santo Antônio.


Arildo Ferreira Hostalácio.


 


 


Para quem acredita na sorte, ou na falta dela. Hoje é o dia! Além de uma sexta feira 13 é também dia do santo casamenteiro e grande milagreiro, Antônio de Pádua.


Nascido em Lisboa, em 15 de Agosto de 1195,  recebeu no batismo o nome de Fernando, único herdeiro de abastada família lisboeta. A opção pelo hábito o levou inicialmente para o serviço da ordem de Santo Agostinho, mas é na ordem de São Francisco, a quem conheceu pessoalmente, que desenvolveu seus estudos religiosos e seus dons espirituais. O que o fez ser eleito pelos fieis como o protetor dos pobres, o auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas e o amigo nas causas do coração.


E é das causas do coração, ou por elas, que hoje, é certo, o Santo por sua imagem há de padecer em fervuras, afogamentos e até em enterros. Tudo isso para que os de coração solitário possam por seu intermédio conseguir, do destino, o amor que acreditam ainda lhes falte.

Em casa, havia uma empregada, que há muito vinha desenvolvendo  um desejo insaciável de se casar. A todos se acercava com o pedido: Que lhe encaminhassem um marido. E que esse desse fim a suas quenturas. Vivia em lamurias de despeito das outras com quem convivia, principalmente, as que arrumavam casamento.

No seu grande desespero passou o problema para o Santo. E, desde então, a imagem que possuía padeceu. E como padeceu. Enterro de sete dias, de quinze, de vinte e depois de sessenta. De cabeça para baixo e de lado. Não resolveu.


Do enterro, passou para o afogamento. Era comum encontramos com santo no fundo de uma bacia ou mesmo na banheira. Lá embaixo amarrado a uma pedra pelo pé, ou pela cabeça. novamente não deu certo.


A cada insucesso aumentava o desespero e a tal imagem passava por outra sessão de torturas. E tantas foram, até que um dia, foi posta a ferver junto ao feijão preto. E ali ficou de castigo. Ferveu, ferveu e ferveu. Depois de devidamente escorrido o feijão e coada a imagem  não se sabe o porque o santo de tanto que ferveu junto ao feijão, descoloriu e mudou de cor. Ficou preta. Completamente preta.


Para ela, ali estava à explicação de tantas desventuras. Viu renascer a esperança, e apesar de perdido o feijão e quase o emprego, vislumbrou a solução. Pois, sabia que o santo nunca lhe falharia, mas aquela imagem que ali estava era fruto de enganação. O santo, coitado, era outro. Era São Benedito e por isso não funcionava.


 


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Caos do trânsito


Gravado em novembro 2008 para o Jornal da Estácio - BH

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Flores, borboletas e Mulheres.

Acredito que borboletas são flores,
Flores que voam,
Flores que se libertam,
Não se satisfazem em ser flores,
Querem ser mais.
Não se satisfazem em ter perfume,
Querem mais.
Não se satisfazem em sentir o sol,
Querem o sol.
Querem sair para o mundo.

Eu tenho uma borboleta,
Que já foi uma flor e não quis mais ficar no mesmo lugar,
Nas mesmas coisas, e quer ser mais borboleta ainda.
Quer ser mulher!
Bom, desta mulher,só posso dizer da borboleta,
Que amo porque me faz bem,
Que desejo sempre estar por perto,
E que quero sempre livre,
Porque assim, no seu ir e vir,
Sempre que escolhe ficar,
Me faz mais feliz.

Atrevimento

Hoje eu vou me permitir um atrevimento
Ontem fiquei pensando...
Voce é como um perfume bom
Que se impregna no corpo fica e refresca
Como um vinho fino que alegra e esquenta
Como uma brisa fresca que sopra pequenos desejos
Como uma chuva fina que lava os enganos
Ontem minha fada me deu sorrisos
Um abraço,
Um fio de cabelo e
Momentos lindos do seu tempo,
Ontem fiquei feliz.

Frases do Evilásio

Leu? Entendeu? Então por favor, me explica!!!!
Dizem que o homem que ri de si mesmo não perde o juízo, e o povo que conta histórias não desaparece.

Das verdades

Das verdades do meu amor não sei nada. Apenas aferições que não são verdades.
Ela vem e vai como a fumaça do meu cigarro. Entra e sai. Dá prazer e leva um pouco de vida (sanidade).
Quem disse que amar é uma arte tem toda razão. Amar é a arte das artes. Inspira, espira e transpira, felicidade e dor. No amor como em toda expressão de arte e vida existe cada bomba.
Aos que morreram, minha homenagem, aos que sobreviveram minhas congratulações.
Será que as honras são apenas para aqueles que morrem.

Asas e Borboletas

Dá-me asas borboleta, pois me recuso a ser anjo.
Quero as asas de minha borboleta,
Não quero ser anjo
Quero as asas de minha borboleta,
Quero deitar e saber que amanhã, não serei mais anjo.
Tocarei suas asas, voarei ai sim seus sonhos.
Beberei de suas lagrimas e beijarei de seu sorriso.
De minha borboleta quero as asas, os sonhos, os olhos e o sorriso.
Sempre e junto de mim.
Não quero ser anjo.
Anjos não podem ter asas de borboleta.

Arildo

Café com hortelã

Estava pensando em sabores e me veio à mente uma mistura. Café com hortelã.
Seria bom, não sei, não me lembro de já ter experimentado.
O que é a imaginação, mesmo não me lembrando, posso pressentir como seria um café com folhinhas frescas de hortelã quente, refrescante e contrastante ao final.
É assim que penso do amor que não foi, que só se desejou, amores platônicos tais como café com hortelã, que gostaria de ter experimentado.

Arildo

Arte de amar

(Thiago de Melo)


Não faço poemas como quem chora, nem faço versos como quem morre. Quem teve esse gosto foi o bardo Bandeira quando muito moço; achava que tinha os dias contados pela tísica e até se acanhava de namorar. Faço poemas como quem faz amor. É a mesma luta suave e desvairada enquanto a rosa orvalhada se vai entreabrindo devagar. A gente nem se dá conta, até acha bom, o imenso trabalho que amor dá para fazer. Perdão, amor não se faz. Quando muito, se desfaz. Fazer amor é um dizer (a metáfora é falaz) de quem pretende vestir com roupa austera a beleza do corpo da primavera. O verbo exato é foder. A palavra fica nua para todo mundo ver o corpo amante cantando a glória do seu poder.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Desculpas pelo caos.

- “Desculpem-nos por nossa incompetência e omissão”.
- “Desculpem-nos por nosso descaso e ganância”.
- “Desculpem-nos por nossa conduta criminosa e irresponsável”.
Estas são as frases que deveriam ser repetidas cento e noventa e nove vezes em todos os altos falantes das salas de embarques nos aeroportos do Brasil.
Governo e empresas envolvidas deveriam penitenciar-se diante do país por suas ações e omissões que culminaram no acidente do AIRBUS-320 da TAM em 17 de julho de 2007.
Cento e noventa e nove vidas ceifadas. Cento e noventa e nove famílias enlutadas, algumas, mais de uma vez.
Para a sociedade essas mortes certificam e coroam todo o “esforço” e “empenho” com os quais autoridades e empresários se debruçaram para resolver o que nos últimos dez meses foi denominado como “caos aéreo”.
Os diplomas agora deverão ser dependurados nas paredes das salas e gabinetes, gravados nas consciências e impressos nas almas, caso autoridades e empresários tenham uma das duas.
Procurar os responsáveis e apontar os culpados é questão retórica e midiática. Qual dos setores envolvidos possui conduta para assumir responsabilidades: Governo, indústria ou empresas aéreas? Nenhum! - Reposta a ser repetida cento e noventa e nove vezes - Não há aqui necessidade do dom da vidência para se ter uma idéia de como a investigação e a punição desse caso serão levadas a termo. Basta procurar na história recente - o acidente envolvendo a aeronave da Gol e o jato Legacy, ocorrido em setembro do ano passado, 154 mortes. O acidente com o Fokker 100 da TAM, em 31 de outubro de 1996, 99 mortes - como os outros casos dessa natureza terminaram.
Diante das manchetes que afirmam ter sido a explosão do Airbus causada por um erro do piloto, e das declarações dos responsáveis pelas investigações, que por meio de comunicado oficial, confirma ser essa uma das hipóteses, pode-se entender que a apuração dos fatos caminha para a conclusão de que o culpado é o acaso, acrescido da soma dos fatores adversos, dividido pela falha humana e multiplicado pelo cinismo dos discursos, o que resultará em nada.
Nada além de mais cento e noventa e nove mortes, e uma população descrente de sua soberania. Um nada que torna insuportavelmente insatisfatória sua condição social, sua prática de cidadania e seus escrúpulos éticos.
- “Desculpem-me pela falta de fé”.

Circo é circo

É provável que alguns místicos já estejam pensando em responsabilizar o mês de agosto pelo desastre que se abateu nas bolsas de valores em todo o mundo capitalista. Mas, o certo é que esta crise já se desenhava desde abril deste ano com a divulgação dos fracos resultados e de indicadores que sugeriam uma forte desaceleração do mercado imobiliário norte americano. No final de abril, o The Wall Street Journal publicou reportagem onde analisou os efeitos colaterais nos países da América Latina quanto à redução de envio de dinheiro de imigrantes para seus países de origem. Era apenas a ponta do iceberg.
O que vinha pela frente seria ainda mais catastrófico. A intricada rede de financiamentos e refinanciamentos, com garantia dos títulos hipotecários, levou ao nocaute, num efeito dominó, o mercado global. Iniciado pontualmente com a bolsa de Nova Iorque e terminado com as quedas das bolsas da Ásia, deixou um rastro de insegurança e desespero em muitos investidores no mercado.
Depois de beijar a lona, o mercado agora procura debulhar as causas do desastre e analisar os efeitos que ainda se desdobrarão sobre o mundo capitalista. De acordo com alguns analistas, a causa principal são os chamados “empréstimo de risco” ou sub-prime.
O que seriam então esses empréstimos, e como podem afetar o mercado global? Simplificando, são empréstimos concedidos a pessoas que têm histórico de crédito duvidoso ou não têm como comprovar a renda. Nos últimos anos, esse tipo de empréstimo tornou-se popular na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. A princípio pode ser um empréstimo de baixos valores em dinheiro para pessoas de baixa renda, ou concedidas a pessoas que seriam rejeitadas por grandes credores por causa de seu histórico de crédito ou situação profissional.
Nos últimos cinco anos, as baixas taxas de juros praticadas pelo mercado norte americano, e a grande valorização dos preços no mercado imobiliário, levaram bancos e outras instituições financeiras a concederem muitos empréstimos sub-prime. Com a globalização dos mercados, essas dívidas hipotecárias foram vendidas a instituições financeiras e investidores em todo o mundo.
Mas, a constante elevação das taxas de juros nos Estados Unidos, provocou o crescimento da inadimplência na liquidação destes empréstimos. E em conseqüência, o aumento nas tomadas de imóveis, o que levou a uma desvalorização geral no mercado imobiliário americano.
Talvez a razão para tanta volatilidade e a pronta atuação dos bancos centrais nos mercados, é que ninguém, incluindo analistas, agências de controle e os próprios bancos centrais sabem com certeza quais e quanto os fundos de investimentos que operam nos mercados internacionais estão “contaminados” por títulos lastreados por maus devedores. O circo pegou fogo.

Óculos

Os óculos me vendam os olhos.
Vejo a realidade filtrada em suaves tons de verde.
Suave realidade.
Realidade?
De olhos vendados por óculos que nem são meus.
Vendo-me ou vendam-me.
Tudo muito Rosano.

Como fazer Pastel de angu

Como fazer Pastel de angu
1 kg de fubá de moinho d’água,1 litro e meio de água,700 g de carne moída, cebolas médias,óleo para fritar,Tempero de alho e sal, cheiro verde, colorau, folhas de louro, pimenta malagueta a gosto.
Bater no liqüidificador meio litro de água, uma cebola, cheiro verde, sal com alho, louro e pimenta. Acrescentar 400 g de fubá e bater novamente. Despejar a mistura em um litro de água fervente, mexendo sempre, com uma colher de pau, para não empelotar. Quando estiver com uma consistência cremosa, tampar e deixar cozinhar por uma hora, em fogo alto. Depois de bem cozido, despejar os 600 g de fubá restantes e deixar cozinhar por mais dez minutos, mexendo sem parar. O resultado será uma mistura consistente. Virar numa tigela. Colocá-la dentro de um saco plástico, molhado, para esfriar (e não deixar entrar ar). Depois de fria, sovar a massa até ficar na consistência ideal para abrir com a mão. Umedecer as mãos com água, fazer um bolinha com o angu, achatá-la e abri-la com os dedos (na palma da mão) até ficar fina. Numa panela com um pouco de óleo, colorau e o restante dos temperos, refogar a carne moída. Deixar secar. Rechear a massa com a carne (que não deve estar quente) e fechar o pastel. Apertar as bordas com os dedos. Numa panela com óleo farto e bem quente, fritar dois pastéis de cada vez e só mexer quando corar (se o pastel estiver congelado, deve ser frito assim que saiu do congelador). Rende 40 pastéis.

Flor e Flor

Elas chegam como pássaros e acomodam-se em um banco da praça.
Observo-as.
Emolduradas pela janela, Flor e Flor, entreolham-se e abraçam-se.
Acolhidas uma à outra descobrem-se em detalhes.
Os cabelos, as mãos, cada parte parece não fugir a atenção de uma e de outra.
Entrelaçam-se em beijos doces de flores.
E ali ficam recolhidas em cuidados e em pequenas atenções.

Ausência

Há tempos não tenho notícias suas. Sua ausência tem aumentado cada dia. Você não deveria sumir assim. Mas, quando o fizesse, que deixasse ao menos o rastro de seu perfume pelo ar. Ou, quem sabe, pequenas marcas de suas pegadas pelo chão. Talvez, uma greta de porta, em que passasse um pouco de sua luz. Até mesmo uma simples mensagem em minha secretaria eletrônica dizendo que voltará. E que será em breve.